A disponibilidade de financiamento pode estar com os dias contados no setor imobiliário.
Segundo análise do Itaú BBA, existe uma crescente preocupação com a escassez de recursos para financiar a compra de imóveis de padrão médio.
O relatório, assinado por Daniel Gasparete, Luiz Capistrano e Mariangela Castro, indica uma possível restrição na oferta bancária.
Esperamos que a piora dos serviços de dívida reduza a renda nominal disponível das famílias nos próximos meses. Portanto, pode-se esperar saques maiores. — Analistas Itaú BBA
Impacto da Poupança no Crédito Imobiliário
Uma das principais causas para essa mudança é a constante redução de recursos disponíveis nas cadernetas de poupança, tendência que segundo os analistas deve se prolongar.
No último ano, por exemplo, os saques líquidos somaram R$ 15,467 bilhões, conforme dados do Banco Central.
As poupanças representam a principal fonte de recursos para empréstimos imobiliários, compondo 32% do total, de acordo com a Abecip.
Desafios do Setor Diante de Juros Elevados
Com os juros em patamares altos e o endividamento das famílias, a tendência é que os saques superem os depósitos no curto prazo.
Além disso, os bancos já ultrapassaram a aplicação máxima recomendada de recursos no crédito imobiliário.
As diretrizes do Banco Central estabelecem que 65% dos depósitos da poupança devem ser destinados ao financiamento habitacional, mas praticamente todas as instituições financeiras excederam esse limite, restringindo ainda mais a oferta de crédito.
Isso levanta preocupações sobre a disponibilidade de financiamento para o segmento de renda média, especialmente após lançamentos e vendas recordes no último trimestre. — Analistas Itaú BBA
Recentemente, a Abecip previu uma redução entre 15% e 20% nos financiamentos imobiliários originados das poupanças, estimando um montante total de cerca de R$ 155 bilhões para este ano.
Com isso, as expectativas para o setor imobiliário de médio padrão são de desafios crescentes diante desse cenário.